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XV Tributo: Itaguara celebra paixão pelo rock’n’roll



Flavio Lara, o Catatau, idealizador do I Tributo ao Rock. Foto: acervo pessoal
Flavio Lara, o Catatau, idealizador do I Tributo ao Rock. Foto: acervo pessoal

Poucas cidades em Minas Gerais podem se orgulhar de ter uma história conectada ao rock quanto Itaguara. E poucas iniciativas culturais locais resistem ao tempo com a força simbólica do Tributo ao Rock, evento realizado neste final de semana e que está prestes a completar três décadas de existência — com pausas, retomadas e transformações.


O Sagarana Notícias conversou com o idealizador da primeira edição do Tributo.


O ano era 1996. O jovem Flávio Lara, o Catatau, viveu uma experiência marcante ao assistir a uma apresentação da lendária Creedence Clearwater Revival no Mineirinho, em Belo Horizonte. Foi ali, em meio à vibração coletiva que surgiu a faísca: “Pensei: a gente precisa de algo assim em Itaguara. Um tributo ao rock, algo que represente o que sentimos pelo rock”, relembra.


Flávio voltou à cidade decidido a organizar o evento. E o fez. Semanas depois, o primeiro Tributo ao Rock estava de pé, realizado no antigo Canela Roxa, um espaço de festas situado dentro do Parque de Exposições. “Era o único local disponível. Todo sábado tinha bailão, ficava lotado. Foi lá que tudo começou”, conta ele. A divulgação foi feita com uma única faixa na rua de baixo — e funcionou. O local encheu, e a cidade, pela primeira vez, teve um evento inteiramente dedicado ao rock.


A estreia contou com diversas apresentações, dentre elas a da Banda Urso, do músico Márcio Costa e também da banda Othon, liderada pelo Marquinhos, que se tornaria peça central na continuidade do projeto. O repertório ia de Elvis Presley a Pink Floyd, passando por anos 60 e 70 — uma seleção feita com o coração de quem conhece e vive o rock como linguagem de vida.


Além do Tributo, Flávio também criou e apresentou o programa “O Rock que Itaguara Não Esqueceu”, na Rádio Conquista, inspirado na mítica Rádio Terra. Organizou ainda o Itaguara Festival e o Rock dos Dinossauros — todos movidos pelo mesmo sentimento de pertencimento musical.


Com o passar dos anos, Flávio se mudou de Itaguara para trabalhar em São Paulo. Foi quando Marquinhos, assumiu o festival. “Ele era apaixonado pela ideia, pela proposta. Me perguntou se podia continuar usando o nome. Eu disse: claro, segue em frente”, conta Catatau.


Houve anos de pausa, intermitências, desafios. Mas o espírito do Tributo ao Rock não se apagou. Em 2014, o Tributo foi revitalizado e levado à Praça Raimundo Moraes Lara, a Praça da Matriz, onde ganhou ainda mais visibilidade e adesão popular. Naquela edição, Clércio José de Paula Silva, o Clercinho — um dos primeiros guitarristas da cidade e integrante da histórica banda Apaches subiu ao palco para uma participação especial. Foi um momento simbólico.


O Tributo ao Rock é mais que um reencontro com o rock do passado: é a celebração da música, da amizade. O evento também revela talentos, forma novas bandas, oportuniza que estilos menos comerciais encontrem espaço e público, e mistura artistas locais com convidados de outras cidades. “É um espaço de resistência cultural, onde o rock não é apenas nostalgia, mas criação, experimentação, formação”, afirma Marquinhos, líder do evento.


Flávio Lara, por sua vez, vê tudo com gratidão. “Fico muito feliz de ter contribuído com aquela ideia, com a cultura do rock na minha cidade. Saber que uma ideia que nasceu de um impulso virou tradição é algo que emociona muito. E hoje o evento está em excelentes mãos. O Marquinhos é um guerreiro, um entusiasta, um cara que carrega essa bandeira com muito amor. É bonito ver que o Tributo ao Rock não é só meu: é de Itaguara.”

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