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Foto do escritorCamilo Lélis

Juramento


Créditos da imagem: DALL·E

Juramento é o nome de uma cidade, prezado leitor e leitora do Sagarana Notícias! E aí, o trem está nos trilhos ou descarrilhou? Se liga, pois, seja na capital ou no interior, “mineiro não perde o trem”, nem a poder de juramentos.


Pode até não perder o trem, mas em época de eleição, misericórdia, perdem até a cabeça, senhores eleitores e eleitoras. O mais tranquilo foi um banco voando merecidamente no tal desprezível candidato de São Paulo. Perdão, merecido não, pois sou contra violências. Mas, às vezes, há razões que a própria razão desconhece, né?


Voltando à cidade de Juramento: se é ou não uma cidade, isso você pesquisa aí! Mas adianto que está no mapa.


Aqui, pego emprestada a palavra “juramento”, que nesta época de eleição vem junto com as promessas no mercado de votos.


“Eu juro. Assim que eu ganhar…”

“Ó, pela mãe dos meus filhos, eu juro que…”

Juram de pé junto, prometendo mundos e fundos.


Mas se o eleitor acredita, aí são outros quinhentos.


O eleitor diz que sim, mas seus dedos estão cruzados. Cruzados nas costas, nos bolsos e, em sua verdade mais íntima, fechado em copas. As pesquisas no Brasil estão oscilando tanto que a disputa fica incerta e os resultados, com pouca ou nenhuma credibilidade.


É tanto Pai-Nosso, promessa e juramento que fica difícil até para um contador calcular os juros… Digo, calcular os juramentos.


E tem, viu? Juros de 4 anos, 8 anos, 12 anos… Se não ler o contrato, até 16 anos ou mais.


Não há limite para quem deseja o poder. Conheço casos de gente que está há mais de 30 anos vivendo de candidaturas.


É ou não é? “É mentira, Tonha?”


Juram, inclusive, que viram Jesus trepado numa goiabeira. E você acreditou?


Juramento geralmente se faz quando se forma na faculdade ou quando está de frente para o juiz. Jura-se pela Constituição, pela Bíblia, pelas armas… Até diante do pastor, do padre, da mãe de santo ou do pajé. Tem gente tentando enganar até os médiuns e kardecistas.


“Jurar é fácil, quero ver cumprir.”


Ditado popular, cuspido e escarrado. Certeiro. Vida, palavra viva. E o dia de amanhã, “a Deus pertence”.


Na posse, o prefeito e o vereador também juram, sabiam? Já acompanhou uma cerimônia de posse?


Daí você vê que a sabedoria popular tem razão: “Mato a cobra e mostro o pau.”


Nessa dança das cadeiras, muita promessa fica, mas vai pro santo cumprir. E de santo, ali, não tem ninguém!


Fato é que nós, eleitores e eleitoras do dia 6 de outubro de 2024, devemos nos agarrar à nossa consciência e fazer nosso juramento.


Mas é ao nosso sagrado direito de votar. Reverenciando nosso querido Título de Eleitor.


Sim! Porque até você achar que votar é bobagem, muita gente, na luta pela democracia, perdeu a vida. Desde muito tempo atrás, foi muito “tiro, porrada e bomba”, viu?


Perderam, para que você encontrasse. Muitos foram exilados, desapareceram, foram torturados.


Nada foi de graça, tudo foi luta. Movimentos sociais, intelectuais, estudantis, parlamentares… Ao longo da história, abriram caminhos, feito bandeirantes, para que sua família tivesse oportunidades e direitos garantidos. Está na Constituição.


Estamos preparados para votar? Percebemos as consequências do voto? Você fez as contas?


Porque, por vezes, até matemáticos erram nas contas.


E olha que a matemática tem a lógica e a razão como base. Ou cabe sensibilidade nesses cálculos?


Na mistura, temos esquerdistas, direitistas, centristas, extremistas, fascistas, progressistas e conservadores. E todos nós, no fundo, estamos unidos. Verdade!


Unidos na falta d’água. Unidos no fogo que queima o Brasil. Unidos como sobreviventes da pandemia. Unidos assistindo à eminência de uma Terceira Guerra Mundial… Enfim, unidos pelo capitalismo selvagem, que, no fim, nos separa.


Nos classificam. Nos desclassificam. Nos desqualificam. Daí emergem castas, classes, patrimônios, heranças e também enormes desigualdades sociais. Corrupção.


Direitos e deveres. Promessas e juramentos.


Sim, temos direitos, e que sejam pela democracia.


Mas agora é hora dos deveres. Sua intuição também conta, nessa reta final. Afinal, a decisão é sua.


É como diz no poema de Elisa Lucinda: “Sei que não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.”


Votem refletindo, eu sigo divagando. E, claro, torcendo pelo melhor, pelo coletivo, afinal, é política pública, né?


Boas eleições para esse nosso Brasil! Quem sabe teremos eleitores dispostos a votar para “adiar o fim do mundo”?

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