Pressão aumenta e população cobra respostas da Prefeitura de Crucilândia
- Marcio Pinheiro
- há 5 dias
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O caso envolvendo a Associação Garra, entidade recém-criada e até então desconhecida pela maior parte da população, continua ganhando repercussão após virem a público os repasses que totalizam R$ 859.000,00 somente em 2025, quase um milhão de reais. Para uma organização sem histórico consolidado, sem projetos amplamente divulgados e sem prestação de contas, os valores impressionam e levantam suspeitas de possíveis irregularidades.
Os dados do Portal da Transparência mostram cinco transferências ao longo do ano, todas autorizadas pela administração municipal:
05/05/2025 – R$ 83.400,00
05/05/2025 – R$ 159.500,00
24/07/2025 – R$ 86.000,00
29/07/2025 – R$ 234.600,00
29/07/2025 – R$ 295.500,00

O que mais chama atenção é que, somente no dia 29 de julho de 2025, foram repassados R$ 530.100,00, ultrapassando meio milhão de reais em apenas 24 horas, de acordo com empenhos. Para muitos moradores, esse movimento financeiro é incompatível com a realidade da cidade e com a associação que tem como sede, de acordo com CNPJ, um lote vazio e um galpão com uma pintura de no máximo 4 meses, localizado próximo ao Bar do Elí.
Outro ponto levantado por cidadãos e servidores é a razão pela qual a Secretaria de Assistência Social e a Secretaria de Esportes, que possuem equipes, orçamento e responsabilidades legais, não executam diretamente as ações que supostamente foram delegadas à Associação Garra. Ambas têm a obrigação institucional de desenvolver projetos sociais, esportivos e de atendimento à comunidade — funções que não deveriam ser transferidas para uma entidade privada recém-criada, ainda mais registrada em nome de um amigo particular do atual secretário de Assistência Social.
Para especialistas ouvidos pela reportagem, esse tipo de relação entre prefeitura e associação “parceira” é um padrão clássico observado em diversos casos de desvio de verbas pelo país, onde entidades são utilizadas como intermediárias sem justificativa técnica, abrindo brechas para irregularidades.

Diante da gravidade dos fatos, cresce a cobrança por transparência, investigação e posicionamento dos órgãos de controle. Os vereadores eleitos também são lembrados por seu papel constitucional de fiscalizar a gestão municipal, que também gera revolta na população, já que parecem cruzar os braços.
O espaço permanece totalmente aberto para a Prefeitura Municipal de Crucilândia e para a Associação Garra apresentarem seus esclarecimentos, justificativas ou contrapontos.




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