Niède Guidon. A arqueóloga sertaneja símbolo da luta pela defesa do meio ambiente epatrimônio histórico cultural brasileiro
- Sagarana Notícias
- 5 de jun.
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Faleceu nesta quarta-feira, em São Raimundo Nonato, Piauí, aos 92 anos, Niède Guidon, arqueóloga, pesquisadora e professora que transformou os caminhos da história das Américas.
Graduada em história natural pela Universidade de São Paulo, com doutoramento pela Universidade de Paris, Niède Guidon dedicou sua vida às pesquisas, tendo seu trabalho no sítio da Pedra Furada apontado vestígios de povoamento humano de mais de 32 mil anos.
Após o golpe militar de 1964, Niède foi alvo do regime autoritário, se exilou na França e retornou ao Brasil em 1973, liderando uma missão para identificação de sítios arqueológicos na Serra da Capivara.

Com enorme luta, a arqueóloga foi uma das grandes responsáveis pela criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, em 1979 no Piauí, possuindo cerca de 400 sítios arqueológicos, tombado pelo IPHAN e elevado à categoria de patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em 1991.
Também se destaca na trajetória da pesquisadora, a criação da Fundação Museu Americano (Fumdham)em 1986, na cidade de São Raimundo Nonato, no Piauí.
No ano de 2020 tomou posse na Academia Piauiense de Letras e recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí em 2024.
Sepultada no dia 5 de junho, mesma data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, bem como a data de criação do Parque Nacional da Serra da Capivara pelo decreto presidencial n° 83.548 de 5 de junho 1979, de forma simbólica, a pesquisadora deixa São Raimundo Nonato e o povo brasileiro de corações entristecidos.
Mas, por fim, Niède Guidon é imortalizada por toda comunidade científica como símbolo de uma mulher notória, aguerrida e bravia pela luta da preservação do meio ambiente e patrimônio histórico cultural brasileiro.
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